sexta-feira, 29 de abril de 2011

Como fazemos sem o direito à habitação?

A Câmara de Loures deu início a uma operação de despejo forçado de pessoas, cerca de 63 famílias, com crianças, idosos, mulheres, homens, alguns com problemas graves de saúde. As pessoas nesta situação não têm qualquer alternativa de habitação, de realojamento, de apoio. Têm apenas a rua.... Muitas delas trabalham, mas têm situações muito precárias que não lhes permite alugar uma casa no mercado de arrendamento e simultaneamente existir (comer, transportar-se, pagar luz, agua, gaz, etc....). Um T0 custa actualmente nunca menos do que 350 euros. Para quem não ganha mais do que isso, simplesmente não é possível.

Este tipo de operações têm acontecido em vários pontos da área metropolitana de Lisboa e do Porto. São extremamente violentas pelo atentado contra a dignidade humana, devassando-se a vida das pessoas, todos os seus pertences, etc.; e pela forte presença policial que usa a força bruta sempre que necessária. Vi muitas vezes a polícia e nunca os assistentes sociais nestas operações...

Como estamos a falar de pessoas muito pobres, imigrantes e pessoas da comunidade cigana é fundamental juntar mais apoio e mais solidariedade nesta luta que se inicia pelo Direito à Habitação. Há que ter presente também que hoje são as barracas a ser destruídas e as pessoas despejadas, mas amanhã serão os que vivem em casas arrendadas ou hipotecadas aos bancos e que deixaram de conseguir pagar. Pelo menos isso já estava previsto, através de um processo simplificado, no PEC IV apresentado pelo governo.

Esta luta é muito concreta e necessita de solidariedade.

A 28 de Julho o bairro uniu-se todo e foi para a Assembleia Municipal. Mais de 100 pessoas lá estiveram. Outras acções virão. Acompanhe, divulgue, solidarize-se.

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