sexta-feira, 15 de abril de 2011

eu estou farta...

farta de pensar, exausta de ter fé, cansada de ser criativa (porque "a profissão que escolhi é caracterizada por isso", "a personalidade que tenho o exige", "a pessoa que sou teima em não saber fazer de outra forma" - explico-me...)
Agora, por cerca de 20 anos... apetecia-me ser avestruz...
ou emigrante.
(Ai, lá volta a criatividade!... bolas! Porque é que não posso ser uma simples e linda avestruz????) Emigrante, sim. Para um outro qualquer país terceiromundista como este em que vivo... mas, pelo menos, onde eu diga, com verdade, que não me aperta o tempo, a conta, o amor,
um país onde eu junte, livremente e em pé, quatro tábuas e construa um tecto numa terra que sem ser minha é de toda a gente e eu não pago por ela,
um país onde o que como é igual ao direito que tenho de estar viva, onde a minha saúde é cuidada por toda a gente como se eu fosse uma flor bonita, onde a terra que semeio dá para mim e para toda a rua, onde as pessoas com quem me encontro me dão sempre algo novo, me provocam, me estimulam, se trocam...
quero outrar-me hoje nesse país a construir!
Vou portanto hoje sonhar em paz. Sorrindo e dançando. Amanhã, quando acordar, espero que a revolução tenha acontecido. Porque eu... estou cansada.
E farta!

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