
Um movimento do tipo #uncut em Portugal faz todo o sentido e vem ocupar um espaço que não existe. O espaço de contestação à lógica da precarização das relações laborais ampliou-se muito [e ainda bem!], especialmente depois do protesto da geração à rasca, No entanto, há uma dimensão das políticas anti-sociais, a da precarização dos direitos sociais [direito à saúde, à educação, à protecção social], que não tem não tem gerado mobilização social generalizada.
Trata-se de uma luta particularmente difícil de fazer quando todos os dias somos bombardeados com a ideia de um Estado despesista, encarado como uma sobrecarga para o comum cidadão e um confortador de previlégios de alguns. Um problema ao qual, argumenta-se, é necessário responder com o “rigor” da austeridade, condição necessária para diminuir o divida pública e um garante de justiça social. Demagogia pura.
Se há coisa que os sucessivos PEC’s têm vindo a demonstrar, é que a austeridade é inumana, porque cega ao desastre social, às desigualdades sociais que vai alimentando. Afinal, os cortes incidem sobre quem mais precisa, poupando os bancos e as grandes fortunas. A austeridade nada tem a ver com justiça social, apenas acentua as diferenças de poder, as diferenças de recursos. Na verdade, a austeridade é cega e nem quer ver.
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