Não estou contente, como ninguém poderia estar ao ver uma guerra começar. Mas não posso deixar de achar necessária a intervenção de forças militares internacionais na Líbia, contra Kadhafi. O meu pai comentou “é a primeira vez que vejo uma pessoa de esquerda entusiasmada pelos EUA bombardearem um país” e eu deitei-lhe a língua de fora. A verdade é que eu não podia mais com o nojo que a situação da Líbia me estava a causar. Havia várias semanas que o avanço das tropas de Maummar Kadhafi parecia imparável, na direcção de Bengazi. Depois das revoluções tunisina e egípcia, a primavera árabe parecia perto do fim. E eu sentia-me triste, porque apesar da distância estas revoluções são um pouco nossas, da geração que não viveu o Maio de 68 nem o 25 de Abril, mas que tinha agora a hipótese de ver acontecer algo tão belo como o nascer de novas liberdades em países de ditaduras decanas. Agora, a intervenção das Nações Unidas. Imperialismo? Não compreendo como podem comparar com a invasão do Iraque quando os próprios opositores de Kadhafi (ciatdos pela Al Jazeera e pelo Guardian) ficaram tão contentes com a “no fly zone” e os bombardeamentos que obrigaram o ditador a respeitá-la. (“Ahmad Shabani, a spokesman for the Libyan opposition's national council, told Al Jazeera the opposition was heartened by the move. "We are very happy about that, hopefully it's not late... and hopefully it makes a difference," he said”, no sábado) Eu também espero que faça a diferença. Porque Muammar Kadhafi não ia respeitar o cessar-fogo, não estava a respeitá-lo. E se não acredito em bombas pela paz, também não acredito em mártires pela liberdade ou seja por que causa fôr.
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