"A etiqueta contribui para estabelecer a ordem social. É o conjunto de regras que proporcionam a harmonia social no espaço e no tempo. A palavra etiqueta vem do francês etiquette que por sua vez deriva do holandês stikken que significa pregar e corresponde às indicações escritas que se colocavam nos objectos. No século xvii, nas cerimónias da corte, quando o termo foi amplamente utilizado, a etiqueta era regida por ordens escritas, reguladoras do comportamento perfeito. (...) A etiqueta dos grandes acontecimentos da vida, tem um papel de legitimação simbólica, sem arbitrariedades. Ela assegura a hierarquia, respeita as classes, os títulos e o aparato. Ela é a própria lógica do prestígio e da racionalidade social. " (Paula Bobone, in Socialmente correcto)
Esta primeira proposta para o manual inclui apenas as rubricas "Indumentária" e "Postura, elegância e savoir faire". As restantes rubricas seguirão em breve.
Agradece-se a Bobone, Stilwell, V. J. Silva e outros a amável inspiração
Indumentária
- Se é mulher: Use maquilhagem leve, resistente ao calor. Leve sempre um chapéuzito adequado. Aconselha-se tailleur sóbrio e fresco. Não caia na tentação de usar calçado de salto raso. A elegância deve estar presente em qualquer ocasião, especialmente em situações de intensa visibilidade pública. Uma senhora tem de estar sempre preparada.
- Se é homem: Barbeie-se cuidadosamente, por favor. Vista casual, mas elegante.
Nota: Se não é nenhuma destas coisas, des-exista por favor, ou controle-se. (O que é que lhe passou pela cabeça, aliás?)
Postura, elegância e savoir faire
Postura, elegância e savoir faire
- Não grite (cruz credo!). Não vale a pena e nunca fica bem. Fale baixinho, devagar, use moderação e coloque toda a sua boa educação no linguajar.
- Guarde as suas opiniões para si, especialmente se é mulher. Não queremos loucuras, pois não?
- Se pretende criticar alguém, faça antes uma pequena revisão mental: É alguém de status social mais elevado? De uma família de uma linhagem mais antiga ou mais pura que a sua? Com mais idade? Se for o caso, não critique. Se tiver mesmo de ser, não se esqueça de referir previamente que lamenta ter tomado a liberdade.
- A propriedade privada é sagrada. Nunca a ocupe ou sequer pense se aproximar dela sem a benção dos seus proprietários, mesmo que esses sejam um qualquer endereço com sede em paraíso fiscal ou estejam abandonados há tempos sem fim.
- Nunca atire sapatos, chinelos, etc. Se tiver mesmo de o fazer, use apenas os de marca italiana.
- Se levantar a mão, faça-o com delicadeza. De preferência, use apenas um dedo, como aprendeu - e bem - na escola. (Cuidado, não se engane no dedo!!)
- Procure andar alinhado, a um ritmo adequado, sem levantar as pernas ou os braços em demasia. Há vários vídeos da Moda Lisboa onde se pode inspirar.
- Se é desempregado, “quinhentoseurista” ou outro mal remunerado, escravo disfarçado, subcontratado, contratado a prazo, falso trabalhador independente, trabalhador intermitente, estagiário, bolseiro, trabalhador-estudante, estudante, mãe, pai ou filho de Portugal, não seja parvo, não vá. Onde é que tal já se viu, francamente? Pense no que poderiam dizer de si, ou em como é que isso ficaria no seu currículo. Para quê complicar mais as coisas, não é?
Se depois de tudo isto se sentir preparado para a luta, força aí, a luta é alegria! (diz-se que é uma expressão em voga e por isso fica bem, mas controle-se na sua utilização)
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