quinta-feira, 24 de março de 2011

Militarização pela democracia?

Mal se começou a falar de protestos na Líbia, eu meti a cabeça na areia. A revolução egípcia, apesar das dificuldades e do futuro incerto, tinha-me dado alento quanto às possibilidades da Humanidade. Mas um líder sociopata, uma forma de organização bem próxima à fantochada política, a manutenção do poder à conta do privilégio e da repressão de liberdades civis... era grande o risco daquilo tender a descambar num banho de sangue, numa guerra civil. Compreendo por isso o nojo sentido pela Andrea. Evitei-o, evitando actualizar-me sobre a evolução dos acontecimentos na Líbia. Não só procurando não me informar (!), mas também evitando tomar posição sobre o que se passava.

Quando ouvi falar em intervenção de forças internacionais percebi que não dava para manter muito mais tempo a cabeça na areia. A verdade é que não acredito que a escalada da violência, que uma escalada militar vá resolver o quer que seja. Sou incrédula quanto às intenções de atender às reivindicações da oposição, especialmente quando os interesses geopolíticos das grandes potencias na região são imensos. Por outro lado, uma escalada militar em nada reforça os movimentos pela democracia que se têm espalhado um pouco por todo o mundo árabe: afinal, “os povos do Norte de África, e do Médio Oriente estão à procura de menos, não mais militarização dos seus países”.

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