"Existe uma tendência para confundir boas maneiras com snobismo. O conceito de snobismo, de facto em grande parte coincidente com sociabilidade, caracteriza-se pela adopção de comportamentos sociais por toda a sua exterioridade. Os frequentadores da vida de sociedade concordam em admitir a existência de snobes. Eles existem em todos os países. São simultaneamente um meio de defesa e um factor de coesão das classes dominantes. O termo snobe tem uma história recente e o seu significado mais aceite, se bem que não garantido, é um acrónimo da expressão latina sine nobilitate(sem nobreza). Segundo se diz, era esta a designacão escrita nas pautas das escolas da nobreza inglesa, à frente dos nomes dos alunos que as começaram a frequentar no século passado, na sequência das evoluções sociais marcantes de uma época em que se registou a ascensão da burguesia. Esses foram os primeiros a ser chamados snobe. O termo snobe foi introduzido na linguagem corrente pelo escritor inglês William Thackeray, autor de The book of Snobs.
Os snobes são apresentados como uma classe de gente afectada que investe na imitação das classes altas, como forma de ascensão social. Aproximam-se das pessoas que consideram modelos sociais e tentam reproduzir a sua estética. Os snobes imitam a vida. Os snobes têm o desejo de "ser". São bons entendedores da lógica do prestígio social e formam uma elite artificial com um complexo de superioridade activo. Eles aspiram, suspiram, são verdadeiros trepadores em luta por uma posição mundana. Para eles, o struggle for life transforma-se no struggle for high life. Esta expressão inglesa define bem o tipo de vida agradável das pessoas da moda. Como disse Claudel, "o snobe é um mundano em potência".
A sua carreira é de frivolidade e desprezo pelos valores morais dos outros. Dá muita atenção à classe social e não gosta das classes inferiores. O snobe gosta de ser tratado de maneira diferente, com distinção. Eles aspiram à mudança de classe. É de referir a frase-. "O snobismo é a única confissão que promete o Paraíso na Terra". Os snobes são portanto admitidos no paraíso terrestre e na sociedadedos contos de fadas. Há que admitir também a existência dos snobes frustrados, dos anti-snobes e dos snobes intelectuais. O snobismo anti-snobe é pior que o snobismo propriamente dito. Os snobes têm boa aceitação mundana mas são simultaneamente criticados por serem afectados e preciosos nas formas da estética em detrimento dos conteúdos da moral.
(...)
Os snobes são sementeiras onde germinam variedades de sementes. Orgulham-se de saber muito de certos assuntos: genealogias, memorialismo aristocrático, nomes de pessoas, desempenham o chamado name dropping, estão ligados ao bom gosto, às antiguidades, às modas, desportos de elite, usam expressões inglesas que misturam com francês, banem o calão das classes trabalhadoras etc... Os homens são membros de clubes como o Jockey, Turf ou o Tauromáquico, as mulheres frequentam os cabeleireiros de luxo e dedicam-se a mediáticos eventos de caridade. Pretendem-se frequentadoras hábeis e esforçadas de ambientes sociais mais ilustres e reservados.
Adoptam os sinais exteriores e tiques da burguesia de dinheiro ou da nobreza histórica.
Cultivam uma linguagem própria com respeito servil pelos tabus linguísticos das classes altas.
Podem ser importantes líderes de opinião.
Podemos assim concluir que existem pessoas de qualidade e pessoas que as imitam."
Os snobes são apresentados como uma classe de gente afectada que investe na imitação das classes altas, como forma de ascensão social. Aproximam-se das pessoas que consideram modelos sociais e tentam reproduzir a sua estética. Os snobes imitam a vida. Os snobes têm o desejo de "ser". São bons entendedores da lógica do prestígio social e formam uma elite artificial com um complexo de superioridade activo. Eles aspiram, suspiram, são verdadeiros trepadores em luta por uma posição mundana. Para eles, o struggle for life transforma-se no struggle for high life. Esta expressão inglesa define bem o tipo de vida agradável das pessoas da moda. Como disse Claudel, "o snobe é um mundano em potência".
A sua carreira é de frivolidade e desprezo pelos valores morais dos outros. Dá muita atenção à classe social e não gosta das classes inferiores. O snobe gosta de ser tratado de maneira diferente, com distinção. Eles aspiram à mudança de classe. É de referir a frase-. "O snobismo é a única confissão que promete o Paraíso na Terra". Os snobes são portanto admitidos no paraíso terrestre e na sociedadedos contos de fadas. Há que admitir também a existência dos snobes frustrados, dos anti-snobes e dos snobes intelectuais. O snobismo anti-snobe é pior que o snobismo propriamente dito. Os snobes têm boa aceitação mundana mas são simultaneamente criticados por serem afectados e preciosos nas formas da estética em detrimento dos conteúdos da moral.
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Os snobes são sementeiras onde germinam variedades de sementes. Orgulham-se de saber muito de certos assuntos: genealogias, memorialismo aristocrático, nomes de pessoas, desempenham o chamado name dropping, estão ligados ao bom gosto, às antiguidades, às modas, desportos de elite, usam expressões inglesas que misturam com francês, banem o calão das classes trabalhadoras etc... Os homens são membros de clubes como o Jockey, Turf ou o Tauromáquico, as mulheres frequentam os cabeleireiros de luxo e dedicam-se a mediáticos eventos de caridade. Pretendem-se frequentadoras hábeis e esforçadas de ambientes sociais mais ilustres e reservados.
Adoptam os sinais exteriores e tiques da burguesia de dinheiro ou da nobreza histórica.
Cultivam uma linguagem própria com respeito servil pelos tabus linguísticos das classes altas.
Podem ser importantes líderes de opinião.
Podemos assim concluir que existem pessoas de qualidade e pessoas que as imitam."
Paula Bobone, em Socialmente Correcto
Resta saber o que esta senhora acha que são "pessoas de qualidade"... Acho que não é bem o mesmo conceito que eu compreendo como tal! beijos
ResponderExcluirpois é lindo, só o conceito de "pessoas de qualidade" já diz muita coisa
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