Ontem li esta pérola do Bloco de Esquerda Açores...
Tentando esquecer o ridículo de um comunicado que reage a um boato (e assim o transforma num facto, olha a idiotia), salienta-se esta frase, que parece retirada duma crónica da Stillwell ou da Filomena Mónica: "O Bloco de Esquerda/Açores repudia o boicote levado a cabo por um grupo de manifestantes ao programa Atlântida, da RTP/Açores, que estava a decorrer no Centro Comercial Solmar. Esta não é a postura nem a forma de agir do Bloco de Esquerda/Açores, que lamenta o boato lançado a este respeito." Em que é que o BE-Açores não se revê afinal? Num protesto pacífico? Em formas de resistência criativas? O que é que repudia? Um grupo de manifestantes a tentar entrar num centro comercial? Ou a preocupação é a RTP-Açores e a interrupção (que terá sido de uns minutos) de um programa em directo? Perdão?????
De seguida, este texto entra no seu quê de chibaria ao identificar (ou tentar fazê-lo) pessoas que estavam presentes neste protesto: "pessoas que foram aderentes do Bloco de Esquerda/Açores, mas que deixaram de o ser, há vários anos " (a eventual dificuldade em identificar, neste caso, poderia dever-se ao facto de no Bloco de Esquerda Açores não faltarem ex-aderentes...). O acto de bufo, seja como for, ficou feito.
E já agora bora repor os factos - mesmo porque as lideranças do BE-Açores nem sequer estavam lá neste momento, como se depreende pelo esclarecimento - falam portanto do que não viram nem sabem. Quando estávamos à frente do Palácio do Governo, alguém se lembra que está a decorrer no CC Solmar um programa da RTP-Açores e propõe irmos para lá. Quem organizara a manifestação decidiu - uma vez que estava fora do que tinham previsto enquanto percurso da manifestação - acabar a manifestação por ali. Conclusão: a forma como o protesto continuou foi sob a responsabilidade individual de quem lá estava (como sempre é, afinal de contas). Lá continuou pela avenida, mais de metade das pessoas que estavam na manifestação, a cantar e a gritar "o povo unido jamais será vencido".Chegou ao Solmar onde já estava um grupo de polícias a barrar as entradas principais. Por ali ficamos, entre cantos, cartazes e gritos de protesto. Entre o vai não vai e o entra não entra, em grupo ou a sós, as pessoas vão entrando pelas lojas e pelas portas, uma após a outra. Lá dentro, aquela mise en scéne de directo televisivo, agora com as nossas vozes pelo meio. Uns minutos ficamos lá dentro, sempre no mesmo tom, de palavras de ordem e cantiga. A polícia foi retirando @s protestantes. As pessoas saíram. Estava lindo o fim de tarde, por isso lá ficamos, na conversa, a tocar, a dançar ou a comer um gelado pelo pôr-do-sol adentro. Como podem ver, mais pacífico não há. A não ser que o Bloco de Esquerda Açores repudie a liberdade de expressão...
De seguida, este texto entra no seu quê de chibaria ao identificar (ou tentar fazê-lo) pessoas que estavam presentes neste protesto: "pessoas que foram aderentes do Bloco de Esquerda/Açores, mas que deixaram de o ser, há vários anos " (a eventual dificuldade em identificar, neste caso, poderia dever-se ao facto de no Bloco de Esquerda Açores não faltarem ex-aderentes...). O acto de bufo, seja como for, ficou feito.
E já agora bora repor os factos - mesmo porque as lideranças do BE-Açores nem sequer estavam lá neste momento, como se depreende pelo esclarecimento - falam portanto do que não viram nem sabem. Quando estávamos à frente do Palácio do Governo, alguém se lembra que está a decorrer no CC Solmar um programa da RTP-Açores e propõe irmos para lá. Quem organizara a manifestação decidiu - uma vez que estava fora do que tinham previsto enquanto percurso da manifestação - acabar a manifestação por ali. Conclusão: a forma como o protesto continuou foi sob a responsabilidade individual de quem lá estava (como sempre é, afinal de contas). Lá continuou pela avenida, mais de metade das pessoas que estavam na manifestação, a cantar e a gritar "o povo unido jamais será vencido".Chegou ao Solmar onde já estava um grupo de polícias a barrar as entradas principais. Por ali ficamos, entre cantos, cartazes e gritos de protesto. Entre o vai não vai e o entra não entra, em grupo ou a sós, as pessoas vão entrando pelas lojas e pelas portas, uma após a outra. Lá dentro, aquela mise en scéne de directo televisivo, agora com as nossas vozes pelo meio. Uns minutos ficamos lá dentro, sempre no mesmo tom, de palavras de ordem e cantiga. A polícia foi retirando @s protestantes. As pessoas saíram. Estava lindo o fim de tarde, por isso lá ficamos, na conversa, a tocar, a dançar ou a comer um gelado pelo pôr-do-sol adentro. Como podem ver, mais pacífico não há. A não ser que o Bloco de Esquerda Açores repudie a liberdade de expressão...
(e prontos, depois disto tenho de acabar em breve o meu próximo post :"Reinventem-se os partidos políticos. Afinal fazem parte do problema ou vão ser parte da solução?")
tens razão judite, haja paciência.
ResponderExcluirsou do bloco mas não só não me revejo nesse comunicado, como não consigo compreender qual o objectivo: politicamente, para o bloco é um tiro no pé [só nisso é que a pontaria é certeira], soa ao purismo e ao sectarismo que o bloco tanto critica. se o bloco entrar nesta lógica, que venha mais um "começar de novo".
por outro lado, nem quero pensar na opinião que o pessoal que escreveu esse comunicado terá dos homens do luta... e viva à luta com lugar certo e hora certa. viva às boas maneiras [que se faça um manual bobone para a luta]. e viva ao mundo da gentinha civilizada!
Pois, o BE tem estas coisas boas. E o Zé Sá Fernandes, lembram-se? E... bom, é melhor não acrescentar muito ao comentário. É tão giro ser do BE. É quase tão giro como ter um mini. Ou como comer caviar. Luís Bugalhão
ResponderExcluirOK, Luís, n percebi a relação com o Sá Fernandes, mas a parte do mini e do caviar tem piadita, aliás ser do bloco torna uma pessoa muito "in". E mencionado num CV ou num local de trabalho... ui! Uma maravilha, melhor ainda do que ter um mini.
ResponderExcluirA parte séria da coisa é um orgão do Bloco repudiar um protesto pacífico, numa altura em que não é difícil entender a importância das pessoas perderem o medo de sair à rua, sem demasiadas mesuras. Repúdios e censurazitas não são grande ajuda.